Professores: Yuri Oliveira, Laiane Lima. Série:3° ano A
Crise econômica no Brasil
A crise econômica no Brasil é atribuída a uma série de fatores, pois seria muito impossível apontar um só motivo.
A partir das suas próprias condições históricas do Brasil ter sido um tradicional fornecedor de matérias-primas, por conta das desigualdades estruturais, quando há um crescimento econômico no Brasil, nem todos segmentos são beneficiados.
Tudo começou com um país estabilizado e sem infrações alguma, mas faltava começar o crescimento econômico que havia prometido e que nunca era cumprido, para isso o governo resolveu aplicar uma política de juros subsidiados com créditos baratos, para os empresários que foram escolhidos pelo governo e que também tornou o governo em um grande investidor e que realizou muitas obras políticas.
A elevação de renda das classes, mudança de hábito de consumo e de investimento que com uma forte demanda por parte da população brasileira, não foi estimulada a poupança nem em investimentos a longo prazo. Enquanto a situação externa que sempre foi favorável vivia em um mundo com forte aumento de exportações.
Em 2008 a crise mundial se instalou e o governo aplicou medidas que poderiam garantir que o mercado interno agora maior continuasse sustentando a demanda brasileira, com isso uma série de isenções foram aplicadas em produtos eletrodomésticos, de automóveis e de construções. O Brasil teve uma taxa de crescimento de 7,6% em 2010.
Em 2010 o governo termina e é reivindicado logo entra a sua sucessora que tem a mesma habilidade para unir o governo em torno do seu projeto, com isso ela repetiu as mesmas políticas. Que continuaram com os juros subsidiados e com créditos baratos para os empresários aliados do governo. Os empresários favoritos do governo acabou gerando uma grande corrupção e ineficiência, mais isto foi fácil para verificar com uma investigação conhecida como, lava-jato, houve também o congelamento de tarifas públicas para evitar os aumentos da inflação.
Ocorreu também a quebra de contratos com as empresas, que acabaram repassando os seus grandes custos para a população. O país entrou em recessão técnica em 2014, com as quedas de produções industriais, os salários reais e do PIB que aconteceu em 2015. Foi daí então que começou os aumentos de impostos, os produtos industrializados e o IOF sobre as transações financeiras. E com toda essa confusão várias empresas brasileiras mudaram-se para o partido vizinho, para ter como escapar dos vários altos impostos brasileiros a popularidade desta presidenta caiu na mesma proporção que ela que não era capaz de articular aliança com seu partido e com o seu partido aliado.
A Crise Econômica Atual e o Processo de Desindustrialização
Alex Santos
Allana Malta
Carla Luisa
Sahmira Simões
Tássio Carvalho
Thais Nery
Wanessa Souza
Yasmim Rosa
Resumo:
O Brasil atualmente passa por uma crise econômica. Essa crise vem agravando diversos problemas no país, dentre eles está o processo de desindustrialização. Neste artigo vamos abordar as causas da crise e como as suas consequências afetam a vida dos brasileiros.
Palavras-chave: Crise Econômica, Crise do Petróleo, Crise Política, Desindustrialização.
Abstract:
Brazil is currently experiencing an economic crisis. This crisis has aggravated several problems in the country, among them is the process of deindustrialization. In this article we will address the causes of the crisis and how its consequences affect the lives of Brazilians.
Keywords: Economic Crisis, Oil Crisis, Political Crisis, Deindustrialization.
Diferente do que muitos dizem e defendem, o processo de desindustrialização no Brasil não é fruto da crise econômica atual mas de uma sucessão de acontecimentos desde a década de 90. A desvalorização da moeda brasileira é um dos principais agravantes deste processo.
O início do processo de desindustrialização no Brasil
Quando a moeda de um país é desvalorizada em relação a moeda externa aumentam as taxas de exportação, já que os produtos deste país se tornam muito mais atrativos que outros países. Com o aumento das taxas de exportação há um crescimento industrial considerável.
Foi o que houve no ano de 1999, no início deste ano aconteceu um efeito no câmbio brasileiro chamado efeito samba, que foi um momento de queda do real que se desvalorizou em relação ao dólar. Sendo assim a desvalorização da moeda local facilitou desde o início do século e até hoje que indústrias se instalassem no Brasil. Uma consequência disso foi o processo de descentralização industrial. Até o final do século XX as indústrias se concentravam no centro-sul do país, com o aumento da industrialização gerado pela desvalorização da moeda houve uma expansão dessas indústrias para o restante do país, incluindo o Nordeste. Grandes empresas se instalaram nas regiões da Bahia e Pernambuco gerando emprego e aumentando a economia do país.
A crise econômica no Brasil
Há anos a mídia brasileira tenta por meio de notícias, programas e outros meios propagar a ideia de que a crise econômica atual no Brasil é de inteira responsabilidade do governo interno. Mas a verdade é que essa crise é também uma consequência do que foi a crise de 2008 no restante do mundo.
O mercado imobiliário dos EUA em 2008 sofreram uma forte crise. Grandes e tradicionais bancos do país entraram em falência e isso gerou um efeito dominó, bancos em diversos países anunciaram uma queda em seus fundos e uma grande baixa em sua economia. Pode-se dizer que o Brasil esteve em uma situação um pouco mais confortável durante essa crise, no governo de Fernando Henrique Cardoso foram feitas várias reformas econômicas como o PROER (Programa de Estímulo à Reestruturação e ao Fortalecimento do Sistema Financeiro Nacional) , desde a década de 1990 foram implantadas responsabilidade fiscal e câmbio flutuante coisas que fizeram com que o país sentisse menos impacto da crise que o restante do mundo.
Os Estados Unidos é a potencia que mais exerce influência no mundo e por isso as consequências de uma crise em território americano afetaram a estrutura econômica brasileira. Por esse motivo, algumas medidas foram tomadas pelo governo a partir do final de 2008 para barrar os malefícios dessa situação . O governo desenvolveu a política de crédito barato e juros subsidiados e em alguns setores da indústria cortou o IPI (Imposto sobre produtos industrializados). De início foi cortado o IPI sobre os materiais de construção, que ajudou no crescimento do setor.
Nessa parte houve muito incentivo do governo ao consumo de automóveis e da chamada 'linha branca'. Para facilitar o entendimento de como os cortes do IPI causaram grandes mudanças, pouco depois da crise de 2008, por conta da baixa do IPI a venda de carros disparou em pouco tempo. Segundo Felipe César, mestrando em Direito Político e Econômico na Universidade Mackenzie em seu artigo intitulado Crise Financeira em 2008: A Intervenção do Estado em Domínio Econômico, em novembro de 2008 foram vendidos 180 mil carros, o que aumentou para 194 mil em dezembro do mesmo ano. No ano seguinte o setor automotivo bateu seu recorde de vendas, números nunca sonhados antes. A comercialização da 'linha branca' dos eletrodomésticos também sofreu uma alta em meados de 2009, por conta da queda do IPI neste setor.
O governo ofereceu ajuda federal a grandes empresas para que pudessem se instalar em locais estratégicos de forma segura, um exemplo disso foi a empresa Ford. Em novembro de 2009 a Ford confirmou uma contribuição de 4 bilhões de reais no país entre 2010 e 2015, destinados à melhoria das instalações da empresa no Nordeste já que essas ajudas federais foram em maior parte destinadas a essa região.
Outra medida tomada pelo governo que ajudou a conter a crise foi o PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) que previa acelerar a economia brasileira por meio de políticas econômicas. O desenvolvimento das obras de infraestrutura em diversas áreas como saneamento, energia, rodovias e estradas se manteve regular com a expansão desse programa. O governo incentivou a política de consumo no Brasil já que a taxa de crescimento do PIB no país era de 7,5%.
Com isso notamos que no auge de uma crise econômica a nível global iniciada no centro econômico do mundo, o Brasil por meio de algumas estratégias se manteve estável durante alguns anos, apenas alguns anos.
Fatores que viriam nos anos seguintes e que ocorreram nos anos anteriores seriam suficientes para resultar em uma crise econômica de fato no país. Dentre esses fatores se destaca as tentativas de barrar a crise de 2008 mencionadas acima, a crise do petróleo alguns anos depois, o processe de recessão e inflação.
A Crise do Petróleo
O valor do petróleo é medido com base na lei de oferta e demanda. Se há muita busca por esse produto, seu preço aumenta. No sentido inverso, se a procura cai, o preço também cai. Com a crise de 2008, a economia de diversos países foi afetada e sofreu problemas, com isso, a procura por barris de petróleo diminuiu, fazendo com que seu preço despencasse quase 60% em 10 anos, saindo de US$ 100,00 em 2006 para US$ 29,00 em 2016. Em contrapartida a produção de petróleo continuava a aumentar devido a vários fatores como a exploração do folhelho nos EUA.
Com a crise do petróleo vários países como a Rússia e Venezuela que tem uma economia dependente em grande parte da exportação de petróleo, sofrem com essa crise. No Brasil temos uma grande reserva de petróleo recém descoberta — o pré-sal —, grandes empresas petrolíferas como a Petrobras administram essa imensa fonte de petróleo.
No entanto devido a crise do petróleo e os escândalos de corrupção envolvendo a Petrobras na Operação Lava-Jato além de uma dívida alta a indústria de petróleo no Brasil está muito afetada. Como consequência investimentos em empreendimentos do pré-sal são reduzidos significativamente. A redução dos investimentos em produção de petróleo dentro do país aumenta as taxas de importação do produto, isso consequentemente diminui o processo de industrialização local gerando desemprego.
O Processo Recessivo
Desde abril de 2014 o Brasil se encontra em uma forte recessão econômica e alguns fatores contribuiriam para isso.
Muitas políticas adotadas entre os anos de 2009 e 2014, incluindo a de exoneração do IPI em demasia, foram grandes agravantes para iniciar uma recessão. Uma relação desequilibrada de oferta e procura entre o governo e os diversos setores industriais e comerciais, gastando mais do que recebendo gerou um aumento nas dívidas domésticas brasileiras em 2015. Em 2016 o déficit primário das contas do setor público somaram 155,7 bilhões de reais em comparação com 32,5 bilhões do ano anterior. O déficit no ano de 2016 fechou em 155,8 bilhões de reais, tornando o Brasil líder na dívida privada.
Muitos economistas consideram a estratégia de exoneração do IPI inteligente, e que se utilizada corretamente surtiria um efeito positivo. O problema está quando essa estratégia não é utilizada de forma correta, foi o que aconteceu durante os anos de 2009 a 2014. A exoneração do IPI foi demasiada e durante esse processo o governo deixou de arrecadar dinheiro das grandes empresas, aumentando as dívidas do país.
Entre 2014 e 2016 o PIB caiu cerca de 10%, a economia sofreu uma contração de 3,8% em 2015 e 3,6% em 2016. Uma situação como essa gera grande dificuldade na recuperação econômica de um país como o Brasil.
Processo Inflacionário
Em 2014 o índice inflacionário foi de 6,41%, sendo que a meta do Banco Central era de 6,5%, considerado o maior desde 2011. Mas, em 2015 esses índices subiram chegando a 10,67%, o mais alto índice desde 2002.
Com tudo isso, a crise acabou gerando desempregos, que atingiu seu auge em março de 2017, com taxa de 13,7% da população, o que representou 14,2 milhões de brasileiros desempregados. Esta crise acabou sendo intensificada por conta de uma crise política, que aconteceu quando a presidenta da época Dilma Roussef foi definitivamente afastada do seu cargo por um processo de impeachment, que com isso resultou em protestos contra o governo por todo o país.
A crise política que se estende desde 2014 é marcada pelo processo de impeachment de Dilma Rousseff, pelos escândalos de corrupção da Lava-Jato e pelas inovações dos partidos políticos. Essa crise política agrava a crise econômica pois afasta investidores do nosso país. Quando surge um escândalo como as delações envolvendo Michel Temer é o mercado de câmbio e a bolsa de valores que respondem inicialmente.
Sem investidores, não temos incentivo industrial, sem incentivo industrial há um aumento no processo de desindustrialização, gerando mais desemprego. De acordo com a Confederação Nacional do Comércio, nos primeiros 6 meses de 2016 mais de 60 mil lojas fecharam as portas no Brasil, o que pode ser em média 375 lojas fechadas por dia. Ao longo de 2015 o varejo fechou mais de 100 mil lojas e nos primeiros meses de 2016 o varejo fechou mais de 160 mil lojas.
O P.I.B acabou subindo 1% no primeiro trimestre de 2017, sendo o primeiro aumento depois de 8 quedas trimestrais. A desigualdade econômica atingiu seu auge em março de 2019 de acordo com o Instituto Brasileiro de Economia (IBRE). De 2012 a 2019 as riquezas acumuladas entre 10% das pessoas mais ricas aumentaram em 8,5%, enquanto entre 40% das pessoas mais pobres caíram em 14%.
Conclusão
De acordo com o Ministério da Fazenda, o Brasil saiu da maior recessão do século, mas com o crescimento econômico registrado, apenas o fim da recessão técnica foi concretizado, o que significa que o Brasil ainda está em crise. O processo de desindustrialização é resultado de problemas de anos, mas que se intensificou poucos anos atrás. A crise econômica atual é causada por diversos problemas estruturais em conjunto, com a crise de 2008 e a crise do petróleo somadas a uma crise política a qual acarretou num processo inflacionário e recessivo que agravou ainda mais o cenário de desigualdade social presente em nossa sociedade. A dificuldade de encontrar um emprego ou manter um negócio comercial próprio é uma prova disso. Para termos uma dimensão mais real desse quadro, vale lembrar do maior Polo Petroquímico do Estado da Bahia em Camaçari. O que antes era motivo de orgulho e fonte de renda para centenas de famílias nordestinas de classe média e baixa, hoje é um espaço sucateado tomado pelo descaso e falta de investimento. Assim sendo, é importante nos informarmos sobre a economia do nosso país para que possamos construir ideais e posicionamentos políticos concretos a fim de sermos capazes de contribuir para a mudança dessa situação.
Referências:
WIKIPEDIA, Crise econômica no Brasil desde 2014
> https://pt.m.wikipedia.org/wiki/Crise_econ%C3%B4mica_no_Brasil_desde_2014 > Último acesso: 23/11/2019.
EDUCA MAIS BRASIL, Crise econômica no Brasil > https://www.educamaisbrasil.com.br/enem/matematica/crise-economica-no-brasil > Última acesso: 23/11/2019.
WIKIPEDIA, Crise política no Brasil desde 2014 > https://pt.m.wikipedia.org/wiki/Crise_pol%C3%ADtica_no_Brasil_desde_2014 > Última acesso: 23/11/2019.
O real motivo da guerra entre
China e Estados Unidos é a balança comercial (a entrada e saída de produtos)
mas, vale ressaltar que os Estados Unidos têm importado mais do que exportado,
logo, a América vem sofrendo um déficit. Visto isso, Donald Trump, durante a
sua campanha, propunha o aumento do consumo interno fazendo com que as
indústrias Americanas fossem estimuladas. A intenção era fazer com que os
produtos Chineses ficassem menos procurados por conta do aumento de impostos
para a importação. Diante disso, a China resolve desvalorizar a sua moeda em
relação ao dólar, dessa forma eles voltariam a ficar atrativos.
Palavras-chave: Guerra
Comercial. China. Estados Unidos da América. Comércio.
1 Alunos
do 3° ano A do Ensino Médio da rede pública: Colégio Estadual Professor Edilson
Souto Freire (CEPESF)
2Professor
de Geografia da rede pública: CEPESF
3Professor
de História da rede pública: CEPESF
Abstract
The real reason for the war between
China and the United States is the trade balance (the entry and exit of
products) but it is noteworthy that the United States has imported more than
exported, so America has been suffering a deficit. Given this, Donald Trump
during his campaign, proposed to increase domestic consumption by stimulating
American industries. The intention was to make Chinese products less in demand
because of the increase in import taxes. Given this, China decides to devalue
its currency against the dollar, so they would be attractive again.
Keywords: Trade War. China.
United States of America. Trade.
Introdução
Este artigo tem como
fundamento informar, de um modo mais abrangente, um fato histórico atual de
alto impacto mundial, a disputa (ou guerra) comercial entre a China e os EUA.
Ao decorrer deste estudo vários conceitos serão apresentados com o objetivo de
aprofundar os conhecimentos que aqui serão discutidos, utilizando-se de um
cunho técnico-científico (além de se utilizar uma linguagem mais coloquial para
que o leitor se interiorize com a obra) para um ganho de notoriedade e
objetividade no que se refere à informação.
É lícito que para um maior
aprofundamento do tema o leitor que se interessa de fato pelo assunto busque em
outras fontes mais dados sobre o assunto, pois por se tratar de um tema recente
seu discurso (ou seu curso) tomará outros caminhos dos quais, talvez, não se
encontrem neste artigo.
O presente documento está
organizado em tópicos, para que assim o assunto possa ser apresentado de uma
forma específica e concisa.
(Guerra comercial entre China e Estados Unidos)
História da Guerra Comercial (Antecedentes)
Notamos que a relação entre os
EUA e a China não é boa desde os anos de 1980 pra cá. Com o final da primeira
Guerra Mundial esses 2 países brigam fervorosamente pela influência econômica,
política e militar no mundo, e é interessante que em um Momento de decadência
da China os EUA conseguiam se impor como a grande Super Potência Mundial. Porém
os Chineses não se renderam e tentam até hoje correr atrás para tirar esse
"atraso" e se garantirem no topo novamente. Para entendermos essa
História do começo vamos voltar nos séculos 17 e 18 onde a China era o país de
grandes invenções como o papel, a pólvora e a bússola, mas ao chegar o século
19 surgiu um desentendimento nos negócios com a Inglaterra que levou à duas
guerras pelo Ópio (na época era uma droga muito consumida pelos chineses)
entre: 1839-1842 e de 1856-1860, depois desses incidentes o império que
governava na época foi obrigado a assinar tratados comerciais desvantajosos que
envolviam os ingleses, franceses e até americanos. As coisas pioraram quando a
China perdeu uma guerra contra seu vizinho, o Japão, em 1895, humilhados,
tiveram que ceder parte de seu território e permitir a entrada de empresas
inglesas e americanas no seu próprio território, enquanto isso, os EUA deixavam
para trás a Espanha na guerra pelo controle comercial e cultural em Cuba, em
1898, até aí os americanos já eram conhecidos como um país de grande influência,
senão o maior. Após a década de 1940 EUA e URSS despontaram como duas
Superpotências do planeta com o resultado da participação de Washington na
primeira guerra mundial e o esforço da reconstrução da Europa a partir de 1918
e, principalmente, a vitória na Segunda Guerra, além do apoio financeiro para
os europeus depois de 1945. Enquanto isso, na Ásia, a China continuava a sofrer
com Guerras civis, guerras no Oriente entre outros conflitos. Foi só a partir
dos anos 80 que as coisas melhoraram, o PIB do país cresceu cerca de 6% em
média por ano, desde 2010 é a segunda maior do mundo e desde 2009 é a que mais
envia turistas para outros países no planeta, ou seja, sistema de viagens funcionando
perfeitamente. E segundo o Fundo monetário Internacional (FMI) estima que em
2030 a China irá ultrapassar os EUA e assumir o posto de maior economia do
mundo. Ainda assim não podemos considerar os Chineses uma superpotência, porquê
sua influência diplomática e cultural fora da Ásia é relativamente pequena e,
nem se compara com a americana. Para se ter uma noção no quesito de
investimento na força militar, os EUA sustentam 800 bases em 70 países
diferentes e se dispõe de orçamento de US$598 bilhões para as forças armadas
contra US$ 176 bilhões dos chineses. Mas há atualmente um crescimento econômico
chinês dentro do próprio EUA, prova disso é nos déficits comerciais dos
americanos em relação aos chineses, dos quais alcança os US$ 334 bilhões em
2018, o equivalente a 1,9% do Produto Interno Bruto dos Estados Unidos. Sabemos
que os Estados Unidos têm a primeira maior economia do mundo e em segundo lugar
vem a China. Mas segundo os pesquisadores, a China iria passar na frente dos
EUA, por causa da mão de obra barata e do baixo custo dos produtos chineses,
além do fato de que os EUA compravam muitos produtos tecnológicos da China.
Uma visão geral sobre a Guerra Comercial
Quando Donald Trump assume a
presidência dos Estados Unidos da América ele já estava atacando a China nas
campanhas, ele dizia que “o desemprego nas indústrias norte-americanas era
culpa da China". Em março de 2018, Donald Trump, afirma que irá aumentar
as tarifas para os produtos chineses em cerca de US$ 50 bilhões em aumento de
impostos, com isso, os produtos chineses que antes eram mais baratos e mais
acessíveis, agora se tornará mais caro e menos acessível, consequentemente, os
produtos americanos que antes eram mais caros agora se torna mais consumível
pelos próprios consumidores americanos. O presidente dos Estados Unidos
aumentou de 10% para 25% as tarifas de 5 mil produtos Chineses. Durante a
reunião do G20 que aconteceu na Argentina, Trump e o presidente da China
chegaram a um acordo para acabar com as tarifas, mas esse acordo só durou 90
dias, além disso, Trump ainda deixou claro no Twitter que, “a China não estaria
negociando com boa fé", mesmo negociando e conversando por diversas vezes.
Ao olhar para trás, mais precisamente no ano de 1978, ocorre a reforma Deng
Xiaoping onde vários fatores serão analisados e melhorados, como o PIB,
infraestrutura, educação entre outros. Como resultado dessa reformao país cresce e acaba expandindo seu poder
industrial e como sua demografia é altíssima a mão de obra se torna saturada e
consequentemente barata, ao final disso várias empresas se instalam no país e
surge então o fenômeno ‘Made in China’, os produtos fabricados pela China tinha
a grande característica de ser barato mas, não de boa qualidade, o que acabou
facilitando os outros mega produtores, como os EUA, por conta da crença da
China não poder atingir o nível de produção ideal dos países que produziam com
qualidade. Mas com o passar do tempo a china decidiu investir em
desenvolvimento da qualidade e começou a se modernizar tecnologicamente, o que
acabou tirando o sossego das grandes potências, principalmente os EUA, como um
grande exemplo disso foi o que aconteceu em 2018, ao analisar o lucro de
exportações dos EUA para a china foi de US$ 120 bilhões, enquanto que a china
lucrou com cerca de US$ 539 bilhões adquirindo um superávit de cerca de US$ 419
bilhões. Como resultado dessa desigualdade de lucros, o presidente americano surge
com a proposta do ‘America First’, que seria uma proposta de proteger o emprego
dos trabalhadores americanos de classe média, criar barreiras de entrada de
emigrantes, tornar os produtos americanos mais valorizados, além de utilizar o
protecionismo comercial, visando tomar medidas para privilegiar a economia
interna em relação a externa, só que o protecionismo se opõe ao livre-comércio
entre os países, dificultando assim as relações de comércio internacional, só
para destacar um ponto chave, é necessário lembrar que tais medidas contra a
china se refletiu no comércio mundial inteiro. Após os EUA aumentar as tarifas
para os produtos chineses, a China também deu o troco, aumentando as tarifas
para os produtos americanos. Após esta decisão da China, os EUA foram contra
uma grande empresa chinesa, com o objetivo de enfraquece-la e assim diminuir os
lucros para a China, tal empresa é a Huawei, inicialmente pequena mas, que
ultimamente tem se ganhado destaque com a nova tecnologia desenvolvida pelo seu
próprio chip, a internet 5G, com isso ela ultrapassou todos os outros sistemas
móveis que utilizam o 4G e em contrapartida lutou na concorrência entre a
Samsung e a Apple, utilizando suas especificações de qualidade como item
principal para vencer a concorrência e como oposição, a poderosa empresa
Google, influenciada pelo então presidente americano, rompe a relação que tinha
com a Huawei, retirando seu sistema operacional, Android, que em resumo é o
mais utilizado mundialmente juntamente com o IOS da Apple, a principal denúncia
dos EUA é que a china está tomando medidas errôneas, como espionagem e
deslealdade no comércio.
(Presidente
da China e dos Estados Unidos)
A Huawei já tomou medidas
preventivas desde janeiro de 2018, no início da disputa comercial, temendo uma
decisão como essa, a empresa já estava preparando seu próprio sistema
operacional como prevenção a esta situação. Um ponto a ser citado é que como a
tecnologia 5G é quase 100x (cem vezes) mais rápida do que a 4G, o que pode-se
temer agora é o uso dessa altíssima velocidade de dados poder quebrar todas as
barreiras de proteção do mundo e, consequentemente, a China poder analisar
dados confidenciais através desta tecnologia, o que remete a indicar que agora
não se trata, exclusivamente, de uma guerra comercial mas também tecnológica,
pois no mundo atual, quem tem domínio tecnológico tem também grandes vantagens
perante os outros e, nesse cenário atual a China está disputando este poder com
os EUA. Um grande aliado dessa nova tecnologia chinesa é a Rússia, pois agora
ela quer utilizar tal sistema de dados (5G) como forma de expansão e avaliação
desta nova tecnologia.
Influência da OMC na Guerra
Comercial
Os Estados Unidos têm umas das
maiores economias do mundo, seu Produto Interno Bruto Nominal é estimado em
mais de US$17,7 trilhões em 2016, sendo assim, a China é a segunda maior com
cerca de US$ 10,35 trilhões em 2016. Sua economia é a mais desenvolvida do
mundo. Tem acesso a milhares de recursos naturais, tem alta produção e uma
ótima educação. A economia norte-americana mantém um alto nível de produção,
historicamente, ela mantém a taxa de crescimento do PIB estável, ou seja, uma
baixa taxa de desemprego entre outras coisas. A economia estadunidense se
mantém em recuperação, mas seus índices de crescimento e produtividade já
superam o período pré-crise. O mercado de trabalho norte-americano tem uma das
taxas mais altas do mundo de migrações. Os Estados Unidos permanecem em quinto
lugar em Competitividade Global do Fórum Econômico Mundial. Possuindo assim o
maior mercado financeiro do mundo, sendo a sede de grandes e principais bolsas
de valores e commodities como NASDAQ, NYSE, AMEX e CME. Após a entrada da China
na OMC (organização mundial do comercio), essa organização passou a ter influência
direta na Guerra Comercial, fazendo com que a China passasse do novo lugar no
ranking mundial para o segundo, ficando logo atrás dos Estados Unidos. Isso
mostra o grande avanço da China em tão pouco tempo, causando uma insatisfação e
fazendo com que o presidente tome medidas para reverter a situação. Além disso,
Trump declara que a China não está se comportando do modo correto no que se
refere às normas do comércio. A China apresentou uma queixa formal contra os
Estados Unidos perante a Organização Mundial do Comércio (OMC) por causa das
sanções norte-americanas a seus produtos, como parte da Guerra Comercial
travada atualmente entre as duas maiores economias do planeta. A decisão, mais
significativa simbolicamente que por seus efeitos jurídicos, foi anunciada pelo
Ministério de Comércio chinês. A denúncia ocorreu logo depois da entrada em
vigor, no domingo, das novas tarifas dos EUA que sobretaxam em 15% as
importações chinesas num valor de aproximadamente 460 milhões de reais.
(Símbolo
da OMC)
A influência do Brasil na Guerra Comercial
O Brasil tem encontrado
vantagens (no que diz respeito às exportações) em pleno cenário de Guerra Comercial
entre China e EUA. O Brasil atualmente é o terceiro maior em comércio
agropecuário no mundo, com tantas discórdias entre as exportações e importações
dos dois maiores do mundo, China e EUA, o Brasil vem aumentando (mesmo que com
alguns obstáculos) seus saldos, em princípio, com exportações de soja para a
China, já que o mesmo vem reduzindo suas importações dos EUA. O Brasil tem
exportado cerca de 1/3 (um terço) de sua produção de soja para a China, gerando
cerca de US$ 31,6 bilhões em montante para o mercado brasileiro. Pois é agora
que precisamos abordar as perdas comerciais do Brasil, como a China não pode
importar mais dos EUA por conta das altas tarifas, o Brasil se torna um grande
aliado nas exportações de soja para a China, só que, alguns fatores vêm
influenciando na diminuição no estoque do mesmo, o clima não está favorável
nesta época (agosto de 2019) e, consequentemente, a safra só será reposta na
próxima fase de cultivo (setembro de 2019), o que leva a China a encontrar
novas soluções para este problema, só para lembrar, a China é responsável por
mais de 1 bilhão dos 7 bilhões de pessoas no mundo, o que a torna uma nação
super consumista. Uma alternativa para importação de soja seria a Argentina,
mas como o país se encontra deficiente econômica e politicamente, os
agricultores estão estocando seus recursos como uma forma de Protecionismo
agrícola. A demanda por soja por parte da China é tão saturada que, para se ter
uma ideia, durante os meses de outubro a dezembro nos três últimos anos (2017,
2018 e 2019), foram importados cerca de 7 milhões de toneladas de soja do
Brasil para a China. É claro que durante esta Disputa Comercial entre China e
EUA o Brasil vem levando vantagens em cima dos EUA, em relação à exportação de
soja, mas algo que também deve ser levado em consideração são os prós e contras
entre os três países (Brasil, China e EUA), uma vez que, a criação de suínos
nos EUA tem levado desvantagens graças a peste suína africana que assola o
país, com isso o volume de soja é usado para a alimentação dos porcos, só que,
o mercado se encontra desfavorável e precisa importar carne da China, o que, de
início, gera um déficit para os americanos e um aumento para os exportadores
chineses, neste cenário o Brasil aumenta sua produção de carne para exportação e
acaba, também por diminuir seu volume de soja. Com todos esses ganhos e perdas
simultâneos, o volume de soja para a China ainda continua precária por parte do
Brasil, o que influencia na importação da Argentina, sabendo que a mesma já
teve perdas com a seca, mas vem ganhando ganhos em sua produção. A Argentina
está vivendo uma crise grave e, só para ter uma ideia, até o ano de 2022, o
país está em alerta de crise alimentar, o que justifica o Protecionismo por
parte dos agricultores argentinos, que visam tanto lucrar com as demandas
internas quanto com as insuficiências de alimentação durante este período de
grande volatilidade política e administrativa.
(Bandeira
da China, Estados Unidos e Brasil, respectivamente.)
Protecionismo Comercial
O que é?
São
medidas tomadas pelo Estado de uma nação com o objetivo de favorecer o
engrandecimento econômico nacional, tomando medidas como: o aumento das
exportações e a diminuição de importações e desfavorecendo as empresas
estrangeiras instaladas no país.
·Principais Medidas Protecionistas:
ØAumento
de tarifas (tabela de preços alfandegários), prejudicando produtos
estrangeiros;
ØAuxílio
econômico às indústrias nacionais, aumentando assim o desenvolvimento do
comércio interno;
ØFixação
de cotas (porção específica de algo) para o mercado estrangeiro, dificultando o
desenvolvimento do mesmo.
Nota:
o Protecionismo é fiscalizado pela OMC (Organização Mundial do Comércio), da
qual regula as medidas tomadas no ramo comercial, liberando assim o comércio internacional.
·Consequências do Protecionismo:
É
lícito observar que o Protecionismo beneficia empresas com relações políticas
com o governo vigente e, consequentemente desfavorece aos consumidores (além da
própria empresa) dos produtos ou serviços das outras empresas não vinculadas ao
governo, por ter que pagar um preço alto para se ter o acesso ao produto final.
De outro lado, o Protecionismo também pode acomodar as empresas protegidas,
pois elas, de certo modo, irão desconsiderar novos investimentos, por estarem
saindo no lucro em relação às outras.
·O Protecionismo no Brasil:
Em
2018, um estudo revelou que o Brasil é o segundo país mais fechado para o
comércio internacional, correspondendo a apenas 1,2% das transações mundiais,
como o Protecionismo dificulta o surgimento de novas empresas no país também
acaba aumentando o desemprego e consequentemente o número de pessoas pobres,
das quais, em 2018, o Banco Mundial analisou que cerca de 6 milhões de pessoas
vivem na margem da pobreza no Brasil.
Exemplos
de governos Protecionistas: Getúlio Vargas, Ditadura Militar, Governo João
Figueiredo e Governo Dilma Rousseff.
·Protecionismo nos EUA:
Uma
corrente muito forte nos EUA foi o “sistema americano” do partido Whig, durante
a década de 1940, do qual defendia medidas contrárias ao livre comércio.
Em
1930, o senador Reed Smoot aumentou as tarifas de diversos produtos, gerando
cerca de 65% de recuo no que se refere às trocas comerciais internacionais. Economistas
indicam que a Grande Depressão foi retardada, no que tange à recuperação, pelo
uso do Protecionismo, outro fator também é perceptível no avanço tecnológico da
América Latina, pelo alto índice de medidas Protecionistas.
·Teorias e visões do Protecionismo:
No ano
de 1841, o economista alemão Friedrich List criticava as ideias de Adam Smith
sobre o Liberalismo (teoria da qual enfatiza o livre-comércio) e percebia o
Protecionismo como único e melhor caminho para o desenvolvimento capitalista de
um país, sendo que naquela época a maior potência capitalista era a Inglaterra
e, para um país em desenvolvimento poder manter um comércio harmonioso, deveria
usar de medidas Protecionistas para o seu próprio crescimento e desenvolvimento
e, conseguir se igualar ao sistema capitalista inglês. Durante o final dos
séculos XIX e XX o que predominava era o monopólio financeiro e,
consequentemente o poder dos bancos e das grandes empresas, com isso, o
Protecionismo Comercial passou de uma ferramenta de desenvolvimento (já alcançado
por alguns grandes capitalistas), para uma ferramenta de proteção das grandes
empresas que se tornavam multinacionais. Para Rudolf Hilferding, autor marxista
do capital financeiro e do imperialismo, “o Protecionismo supõe no respectivo
país um lucro extra e torna-se razão para levar para lá, ao invés da
mercadoria, a produção de mercadorias”, uma vez que, neste período o monopólio
financeiro significava (e significa) a expansão como meio de obter lucros, com
isso, os países menos industrializados recebiam essas empresas e, em
consequência a mão de obra era sustentada pelo país “invadido”pela empresa, sendo que a maior parte do
lucro era direcionado à empresa e não aos empregados, facilitando o
imperialismo da mesma, uma vez que os trabalhadores mal têm condições de obter
os produtos que fabricam. O economista sul-coreano, Ha-Joon Chang defende o
Protecionismo para o crescimento de um país em desenvolvimento para que
posteriormente o mesmo seja capaz de aceitar o livre-comércio e esteja apto
para competir no cenário político-econômico.
Conclusão
Pelo que foi estudado
concluímos que não se trata somente de uma Guerra Comercial, mas também tecnológica,
a medida em que a China cresce assusta os mercados dos EUA. Este conflito já
durou mais de um ano, e a proximidade das eleições presidenciais
norte-americanas leva a crer que continuará vivo pelo menos até 2021. Apesar de
tudo, o diálogo continua, e as equipes negociadoras de ambos os países
retomarão as conversações em Washington durante as próximas semanas, meses e
até anos.
A PÓS - VERDADE E SUAS CONSEQUÊNCIAS PARA O MUNDO CONTEMPORÂNEO
Ariadne das Virgens Melo – Aluna da rede estadual
Diana Queiroz Gomes dos Santos – Aluna da rede estadual
Eduarda Macedo Mascarenhas – Aluna da rede estadual
Hellen Kércia Conceição de Jesus – Aluna da rede estadual
Kleber da Silva Viana de Albuquerque – Aluno da rede estadual
Marcele Alves Estrela – Aluna da rede estadual
Tiffany Sena Santos – Aluna da rede estadual
Yasmin Souza de Freitas – Aluna da rede estadual
Yuri Oliveira – Orientador da rede estadual
Wagner Aragão Teles – Orientador da rede estadual
Resumo:
Este artigo tem como objetivo explicar o que seria a era da pós - verdade, desde os primórdios de sua existência até os dias atuais. Abordando sobre a sua influência no meio político como também no meio das redes socias, colocando de forma explicita de que maneira ela está ligada ao dia – a – dia da sociedade.
Abstract:
This article aims to explain what would be the post - truth era, from the beginning of its existence to the present day. Addressing its influence in the political environment as well as in the social networks, explicitly stating how it is linked to the everyday life of society.
Palavras-chave:Pós-verdade, mundo contemporâneo, século XXI, Internet, fake news, eleições, política, consequências, Brexit, verdades.
Introdução
Pós-verdade é a opinião pública moldada pelos interesses de algo que possivelmente seja um bem maior. A palavra foi eleita em 2016 pelo Dicionário Oxford como a palavra do ano principalmente por conta das eleições estadunidenses que estavam acontecendo no mesmo ano e pelo referendo “Brexit” sobre a adesão à União Europeia.
A política da pós-verdade
A política da pós - verdade para ser melhor compreendida é aquela onde os apelos às emoções pessoais passam a ser mais importantes colocando de lado os argumentos verdadeiros. Segundo o Oxford a palavra já havia sido usada com o mesmo significado em 1922 por Steve Tesich em um ensaio da revista ‘’The Nation’’, onde ele escreve sobre o grande escândalo político americano de Watergate, também sobre o escândalo Irã-contra, e da Guerra do Golfo Pérsico, demonstrando que como povo livre, eles decidiram viver em um mundo de pós - verdade. No ano de 2004, Ralph Keyes usou o termo como o título do seu livro. No mesmo ano o jornalista Eric Alterman falou de um ‘’ambiente político pós-verdade ‘’ e selou o termo ‘’ presidência pós-verdade’’.
Pode – se definir a política da pós-verdade como uma característica de ponto de vista, mesmo que os meios de comunicação favoreçam provas que são contrárias a esses pontos. O referendo “Brexit” por exemplo fez uma alegação que a sua adesão à União Europeia custaria 350 milhões de libras por semana, mas segundo uma informação dada para um site de notícias nos próximos cinco à dez anos a incompetência da campanha pró-saída será exposta, pois esse número foi descrito como enganador pela Autoridade Estatística do Reino Unido.
Na eleição do Estados Unidos em 2016, na qual Donald Trump estava sendo eleito como presidente o mesmo utilizou políticas de pós-verdade, usando as mídias sociais ao seu favor durante toda a campanha criando bolhas que geraram interesses aos internautas.
O redator parlamentar Michael Deacon, resumiu a política da pós-verdade como sendo fatos negativos, pessimistas, fatos que são antipatrióticos.
As mídias sociais e a internet na política da pós-verdade
Em um mundo globalizado, as informações são compartilhadas em segundos, e muitas das vezes essas informações são falsas ou não são compostas pela sua história original. A pós - verdade, que é conceituada como uma ideia que tem mais importância que os fatos reais sempre existiu, mas só foi conhecida mundialmente em 2016, com a ajuda da mídia e da internet.
A internet possibilita dia após dia muitos aspectos positivos como por exemplo: biblioteca online, compras sem precisar se deslocar de casa, planejamentos e muito mais. Por outro lado, essa ferramenta pode ser utilizada para o mal, bem como para propagar notícias falsas (onde muitas pessoas tem acesso a essas notícias), como explica o historiador Leandro Karnal:
“A internet esgarçou e capilarizou a capacidade de acesso à informação. O lado positivo disso é que mais pessoas têm acesso à informação. O lado negativo disso é que mais pessoas têm acesso à informação”.
O historiador alerta que a internet é um poderoso instrumento para a divulgação de informações, podendo ter consequências, pois diversas pessoas que não costumam pensar também têm acesso à essas informações que podem não ser verdadeiras.
Nas redes sociais como o Facebook e o Instagram a pós - verdade vem ganhando espaço, pois conteúdos e postagens com número alto de curtidas tem uma grande repercussão, mesmo sendo falsas ou não comprovadas.
Fonte: descrita na imagem
Mídia
No mundo contemporâneo as mídias vêm carregadas de polêmicas. Para se promover, sabendo que a sociedade tem dificuldade de desenvolver um pensamento crítico, sem o mínimo de senso, se aproveita para a propagação de notícias sem fundamento, pois dificilmente essas pessoas olham a fonte dos conteúdos.
Política
Os políticos também tem grande influência na proliferação da pós - verdade, para garantir sua candidatura, disseminam assuntos que interessam a população, principalmente em países com alta crise política e social, prometendo solução simples para grandes problemas. Outro grande problema da pós - verdade dentro da política é a calúnia que alguns políticos usam para derrubar o concorrente, como aconteceu nas eleições presidenciais dos EUA em 2016. É de fundamental importância atenção para não compactuar com essas situações.
A expressão ‘’é verdade esse bilhete’’ afirma que a informação a que se refere o ‘'bilhete’’ é falsa. ‘’ A pós-verdade transforma a democracia em massa inerte nas mãos de quem a domina. Ideias não são discutidas. Verdades são confrontadas e interlocutores são deslegitimados’’ - (Ana Cristina Suzina)
Fake – News e a pós-verdade
O mundo está conectado com a internet e por isso está o tempo todo alerta, com diversos assuntos e em meio a todo esse cenário às vezes é difícil saber o que é verdadeiro ou não, Robert Darnton um professor da Universidade de Harvard, diz que as notícias falsas são relatadas pelo menos desde o século VI.
As fakes News são notícias que aparentam ser verdadeiras, em que em algum momento poderia ser verdade remontando situações para tentar demonstrar que são confiáveis. Por isso devemos ter cuidado porque as notícias falsas não são aquelas totalmente irônicas, que têm intuito de serem engraçadas e provocar o leitor, essas notícias buscam disseminar boatos e inverdades com informações que não são totalmente corretas sobre tal assunto.
As fakes News se diferem da pós - verdade, mas estão interligadas. As eleições dos Estados Unidos no ano de 2016 e o Brexit foram um dos principais motivos do uso crescente do termo, porque assim como a campanha de Trump, a campanha pela saída do Reino Unido da União Europeia foram desenvolvidas no meio das redes sociais, no qual sabemos que a internet é um meio favorável para a propagação de notícias falsas.
A campanha de Donald Trump por exemplo utilizou anúncios enviados individualmente que depois desapareciam da rede, os famosos Dark posts, tornando difícil fiscalizar essas notícias e em 2016 33% das notícias no Facebook eram sobre as eleições nos Estados Unidos, 115 eram pró- Trump e 41 em pró-Hillary, sobre Trump a falsa notícia foi que o Papa Francisco havia apoiado sua candidatura e também afirmava que o mesmo oferecia uma passagem de ida à África e ao México para quem queria sair dos Estados Unidos.
Sobre o Brexit houve várias informações disseminadas pela campanha Vote Leave (Vote para sair), as questões para a saída envolviam principalmente as políticas de imigração da União Europeia e as questões econômicas. Em 2018 no Brasil as notícias falsas ganharam forças durante a eleição presidencial, e a principal rede social que foi usada para a disseminação dessas fakes News foi o WhatsApp, a que mais se destacou foi a notícia sobre um Kit Gay supostamente distribuído pelo MEC sobre à presidência de Haddad, entre outras e isto fez com que os votos para eleger Jair Bolsonaro fossem rápidos e sob desinformações.
Assim como existem as fakes News existem as fofocas e os achismos, as fofocas têm o objetivo de discutir assuntos sobre as pessoas e consequentemente gera desinformações e o achismo é praticado por pessoas que desconhecem a natureza de determinado assunto, impondo as suas opiniões mesmo sem saber sobre do que se trata de fato e isto está inteiramente ligado com a pós - verdade pois a cada fofoca mais pessoas obtém informações de fontes duvidosas e com isso criam os seus próprios conceitos sobre o assunto, fazendo com que às suas crenças ganhem mais valor do que o fato real.
Verdade racional X Verdades intimas
Sempre haverá um fator determinante para nossas opiniões que virão a serem formadas e nossas decisões a serem tomadas. No âmbito da pós-verdade não é diferente; pessoas sem nenhuma qualificação questionam fatos cientificamente comprovados baseando-se unicamente nas suas próprias verdades, mais precisamente, suas verdades íntimas.
A falta de interesse em buscar informações de -liquido fontes confiáveis, ou até mesmo a ausência de esforço para analisar os mais básicos assuntos discutidos frequentemente meio a sociedade, influência para que o fenômeno da pós-verdade acabe se tornando uma realidade que provavelmente seja tão presente futuramente quanto agora, e, com isso, possa ser que essa "doença social" se torne complexa de se curar por um certo tempo.
Religião e política são dois grandes pilares influenciadores de opiniões egocêntricas. Mesmo havendo diversas religiões, posicionamentos e ideologias políticas, algumas pessoas insistem em querer mostrar que suas convicções estão certas tanto para elas mesmas quanto para os outros e acabam crendo que tal pensamento é uma verdade única e suprema, o que já causou e ainda causa grandes conflitos ao redor do mundo. Um grande exemplo foi a Segunda Guerra Mundial, onde o ditador da Alemanha, Adolf Hitler, acreditava na superioridade de pessoas arianas (brancas) sobre as pessoas negras, judias, entre outros, o que ocasionou em um genocídio em massa dessas pessoas, principalmente os judeus.
Pensadores
Alguns pensadores como Zygmunt Bauman referem – se a sociedade contemporânea como uma sociedade líquida, onde muitos questionamentos são levantados e tudo o que antes era eterno passa a ceder a uma espécie de intensa enfermidade e incertezas.
Bauman nasceu em Poznan, na Polônia, viveu muitas dificuldades em toda a sua história por causa das perseguições nazista da Segunda Guerra Mundial, e depois por causa de suas convicções. A sociedade líquida segundo Zygmunt está baseada no estabelecimento de um novo paradigma, de um destino forjado pela modernidade.
A atual sociedade se assemelha ao estado líquido da água por sua vulnerabilidade e fluidez, sendo incapaz em várias manifestações e representações de manter a sua identidade, vivendo de forma frágil nas relações sociais e nos laços humanos. O que torna líquida a modernidade é a compulsiva modernização sendo capaz de impulsionar e intensificar a si mesma dissolvendo tudo o que é sólido.
Existe grande falta de perspectiva no Brasil, tanto de vida como de conteúdo, a liberdade desta sociedade hodierna está principalmente envolvida com os apelos às campanhas feitas com o sentido de melhoria, onde muitas pessoas depositam toda a sua confiança em alguém em busca um futuro melhor, ou até mesmo de uma expectativa de vida melhor.
Polaridade de opiniões
Polaridade significa estar entre dois polos, ou seja, no meio da post truth existem muitos pontos de vista, isto leva a diversas crenças e achismos. Envolvendo o meio político nesta polarização pode – se considerar a esquerda e direita.
Esquerda e direita foram criadas no século XVIII, durante as assembleias francesas. Nessa época a burguesia buscava com o apoio da população mais pobre, diminuir os poderes da nobreza e do clero. Com o passar dos anos essas duas expressões passaram a ser usadas em outros contextos, hoje em dia o regime ‘’de esquerda’’ são entendidos como os de oposição e o regime ‘’de direta’’ seriam os defensores do governo diante das situações. Segundo Noberto Bobbio os dois lados realizam reformas, contudo há uma diferença que seria o regime de esquerda buscando promover a justiça social e o de direita trabalhando em pró liberdade individual.
No Brasil essa divisão de fortaleceu no período da Ditadura Militar, onde quem apoiou o golpe dos militares era considerado da direta. Hoje os partidos de direta abrangem conservadores, democratas - cristãos, liberais e nacionais. Nos partidos de esquerda estão os sociais – democratas, progressistas, socialistas democráticos e ambientalistas, na extrema-esquerda têm os movimentos simultaneamente igualitários e autoritários.
Aplicando a era da pós- verdade é muito perceptível que na sociedade atual movida por emoções e apelos à crenças religiosas, achismos, e fake News as influencias dos regimes de esquerda e direita são fatores primordiais para a criação e propagação de falsas notícias, sendo focado no achismo e no que seria melhor para o povo.
Na pós-verdade o sentimento vale mais que o saber.
Algumas pós-verdades ditas atualmente:
Teoria da Terra Plana
Para os terraplanistas (pessoas e intelectuais que acreditam que a terra é plana), a ciência mais precisamente a NASA, oculta a verdade das pessoas e as crianças das escolas, enganando-as. Para eles não existe a gravidade; O sol e a lua são em tamanhos menores; As águas estão niveladas ( tendo o Rio Nilo como exemplo); As fotos feitas no espaço são falsas, pois nunca existiu a exploração espacial, ou seja, o homem nunca foi a lua. Outra teoria é a mensagem que Deus envia para quem acredita na terra plana, reforçando a passagem bíblica: O dilúvio. Questionando assim os criacionistas e arrastando multidões de pessoas, hoje 11 milhões de pessoas acreditam nessa teoria.
Teoria da Vacina
Essa ideia surgiu em 1998, através de um estudo elaborado por Andrew Wakefield, onde analisou a vacina tríplice viral, e 8 crianças apresentadas nesse estudo desenvolveram doença, todas elas autistas. Sabe-se que a vacinação foi desenvolvida após muitos surtos de doenças manterem grande parte da população, em diversos momentos históricos.
Os antivacinas acreditam que a vacina sobrecarrega o sistema imunológico, pois o intervalo entre uma dose e outra é curto, e as vacinas são aplicadas quando crianças, o que traz mais risco pelo fato de a pessoa ser mais "nova".
Kit gay influência as crianças nas escolas
A declaração de que existe um kit gay onde, tem filmes de crianças e meninos se beijando, foi elaborada pelo então presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL/Brasil), como estratégia de campanha para derrubar o adversário Fernando Haddad (PT/Brasil), em 2018. O material "Aparelho Sexual e Cia", que foi direcionado aos educadores, como forma de combate a homofobia e a orientação a educação sexual, não foi usado como material didático. Esse boato foi considerado Fake News, desmentido pelo TSE nas eleições de 2018, ainda assim causou grande impacto não só na política. Muitos pais acreditam que realmente seus filhos aprendem sobre sexo nas escolas, que inclusive a ex presidente Dilma Rousseff proibiu a distribuição do livro, ficando em evidência que nunca passou pelas mãos dos estudantes brasileiros.
Não houve Ditadura Militar no Brasil
"Não houve ditadura" a declaração feita pelo presidente Bolsonaro gerou grandes polêmicas no Brasil, confundindo muitas pessoas no que implicou estratégias políticas. A declaração é um grande absurdo, pois nega fatos históricos comprovados, comemorando todas as atrocidades e violações cometidas durante o período. Se não houve ditadura, como explicar a morte do jornalista Vladimir Herzog? Como suicídio? Uma pessoa não consegue se matar com uma gravata, com uma pequena distância entre o local que estava amarrada a gravata do chão. Outro fato que comprova que ocorreu ditadura é a Constituição de 1988, onde houve mudanças em relação aos direitos das pessoas e a valorização da democracia, direitos esses conquistados pelo povo, diante torturas, censura, autoritarismo e todos os horrores da ditadura.
Considerações finais
Contudo a pós-verdade é composta por uma série de consequências que prejudica o ser humano no sentido de falta do pensamento crítico, falta de raciocínio e de protagonismo. É muito mais fácil acreditar em algo que está em um site de fofocas do que procurar os fatos reais em fontes seguras, ou acreditar que a corrupção é algo novo, mal social que sempre existiu e que ganha forças pois sempre tem alguém corrupto ou corruptível seja na política, seja na fila do banco (sempre tem alguém ultrapassando a fila para atendimento rápido). Portanto, é preciso procurar a veracidade de dados, conteúdos e informações que chegam a cada minuto. Campanhas publicitárias confiáveis que possam mostrar as consequências desse fator para o lado intelectual, ajudaria a tentar solucionar o problema. Quando pensamos na frase: "É na educação que o futuro começa" vem várias perguntas em mente por exemplo: Como a educação pode ajudar a desarvorar a pós verdade?
Através da educação o ser humano torna - se um ser pensante que através da leitura, do professor, de pesquisas e trabalhos acadêmicos consegue desenvolver habilidades como aprendizado e conhecimento, proatividade, foco, e um dos fatores mais importantes o senso crítico. Uma pessoa que tem todas essas habilidades com certeza não vai ser atingida pelo fenômeno pós-verdade, como observa o filósofo Aristóteles: " O ignorante afirma, o sábio dúvida, o sensato reflete".